QUERO MORRER CRIANÇA - POETA SAINT CLAIR
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- Criado: Domingo, 18 Março 2018 00:45
- 18 Mar
- Escrito por SAINT-CLAIR PEIXOTO PAES LEME NETO
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Quero morrer criança
Não de corpo, já alquebrado de sofrimentos passados
O caminhar já cansado e os movimentos mais lentos
Quero ser petiz “levado” apenas em ações e pensamentos
Sentir no peito a emoção de conhecer novos lugares
Sentir palpitar meu coração ao respirar novos ares
Admirar a natureza, ver nascer e se pôr o sol.
Enfim, curtir a beleza e poder pescar de anzol.
Conversar com meu netinho como fôssemos iguais
Poder esquecer um tiquinho da idade os sinais
Quero morrer petiz com ausência de maldade
E ser bastante feliz curtindo somente amizade
Quero poder chorar sem tem qualquer constrangimento
Sempre que me emocionar em ação ou pensamento
A vida já nos apresenta tantas perdas e dificuldades
Quero esquecer as tormentas e rever minhas prioridades
Dizem que sou imaturo – sabem, não me faz mal!
Só tenho medo do escuro de um futuro “normal”
Quero ser irreverente, mas sem ferir meus amados
Evitando ficar doente de só recordar o passado
Então, quero morrer criança
Que nada teme e por tudo que é belo se seduz
E nunca, jamais me algemem e eu deixe de ver a luz
Assim, quem sabe, a morte, quando me der o sinal
Eu possa desfrutar da sorte de voltar a garoto afinal
E que ponham em meu epitáfio algo gaiato assim
“Aqui já jaz um bom sacana poeta de botequim.”
Cléo – poeta de botequim pé-sujo e membro da ABL (Associação de Bares e Lupanares