QUERO MORRER CRIANÇA - POETA SAINT CLAIR

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Quero morrer criança

Não de corpo, já alquebrado de sofrimentos passados

O caminhar já cansado e os movimentos mais lentos

Quero ser petiz “levado” apenas em ações e pensamentos

Sentir no peito a emoção de conhecer novos lugares

Sentir palpitar meu coração ao respirar novos ares

Admirar a natureza, ver nascer e se pôr o sol.

Enfim, curtir a beleza e poder pescar de anzol.

Conversar com meu netinho como fôssemos iguais

Poder esquecer um tiquinho da idade os sinais

Quero morrer petiz com ausência de maldade

E ser bastante feliz curtindo somente amizade

Quero poder chorar sem tem qualquer constrangimento

Sempre que me emocionar em ação ou pensamento

A vida já nos apresenta tantas perdas e dificuldades

Quero esquecer as tormentas e rever minhas prioridades

Dizem que sou imaturo – sabem, não me faz mal!

Só tenho medo do escuro de um futuro “normal”

Quero ser irreverente, mas sem ferir meus amados

Evitando ficar doente de só recordar o passado

Então, quero morrer criança

Que nada teme e por tudo que é belo se seduz

E nunca, jamais me algemem e eu deixe de ver a luz

Assim, quem sabe, a morte, quando me der o sinal

Eu possa desfrutar da sorte de voltar a garoto afinal

E que ponham em meu epitáfio algo gaiato assim

“Aqui já jaz um bom sacana poeta de botequim.”

 

Cléo – poeta de botequim pé-sujo e membro da ABL (Associação de Bares e Lupanares