28 de Fevereiro de 1966
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- 14 Mar
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Este é um dia especial para mim e mais alguns companheiros de nossa Turma Marechal Mascarenhas de Morais - AMAN72: desde 28 de fevereiro de 1966 vestimos a farda de nosso Exército Brasileiro.
Nunca imaginei chegar a contar 45 anos sobrepondo o verde-oliva à pele, sentindo-o confundir-se com ela. É muito forte esse sentimento, mistura-se a alegria da conquista e a confusão da finitude, daqui a pouco sai a farda, fica somente a pele.
Pensei em fazer um relato, tipo resenha, desta longa jornada, talvez iniciasse falando de 1965.
Vivia-se então aquelas emoções de "Quero que vá tudo para o inferno", "Escreva uma carta meu amor", "Eu te adoro meu amor" de Roberto Carlos ou "Minha Namorada" de Vinicius, no ano seguinte seria diferente, as emoções seriam "sentido", "descansar", Cunha, Riesenberg, Tatton, Barreto, outros, a EsPCEx.
Lembro-me da rodoviária Novo Rio, a despedida de meu pai - não houve foto, não havia máquina, da viagem nada, da chegada a recepção estranha para quem chegava vestido em seu primeiro terno.
A vida seguiu, vi e ouvi muitas despedidas, muitas histórias parecidas com a minha, algumas glamourosas, outras hipócritas e algumas tristes. Acredito que este não deva ser o momento de relatos e efemérides necessariamente pessoais.
Olhando sob a perspectiva do tempo passado, nesses 45 anos de Exército tive oportunidade de conhecer pessoas, fazer amigos, de poder auxiliar e ser muito ajudado, aprender lições da profissão e da vida. Ouso dizer que tenho muito orgulho de cada passo que dei e do valor das pessoas com quem compartilhei os nossos sucessos ou que possa ter prejudicado com minhas falhas involuntárias ou limitações insuperáveis.
Hoje, passados 45 anos, ainda me sinto capaz e útil, sem vaidade, o que atribuo às oportunidades de aprender que tive e, felizmente, consegui não deixar escapar.
Ainda sigo em frente, continuo sobrepondo a nossa farda à pele, não sei até quando, mas pelo menos enquanto entender que ainda posso ser útil e usufruir disso. Espero ter sabedoria para perceber o momento certo.
No fundo, não há muito o que dizer, simplesmente: 45 anos! Sigo feliz.
Obrigado. Abraço a todos, Angelo
PS: Estamos juntos: Angelo, Archias, Benzi, Facioli, Ferreira e Mayer.{jcomments on}