Reunião da Tu MMM 72/RJ

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QUANDO OS SANTOS ENTRAM MARCHANDO
Estreou com louvor o querido Joe May como Guardião da Turma. É melhor ser alegre que ser triste, cantou o Poeta, mas quando tais sentimentos convergem implodem a razão inclemente. E assim aconteceu ontem à tarde no clima primaveril do CMPV, comparecendo a senhora viúva e as duas filhas do coronel Seixas Marques, o filho do Lobo, Cel Alexandre, acompanhado da esposa, além dos confrades Ayrton, Arruda, Claudir, Frazão, Lamas, Meirelles, Peres, Rubem e este observador informal.
A mencionada representação incorporava a presença espiritual da totalidade da Turma, amalgamada na alegria e na dor da Fraternidade Mascarenhas de Moraes. Centenas de amigos e familiares acompanhavam virtualmente momentos vividos sob emotivo manto sagrado, que a leitura do belo texto do Bonato valorizou ao máximo.
A Morte, inescapável finitude da vida terrena, suscita variados ritos cerimoniais em diferentes povos e culturas, marcados pelo luto e evocações respeitosas aos seres viventes transportados a outros planos existenciais. De rigorosas normas de recolhimento doméstico e proibições religiosas, até manifestações festivas, viceja amplo espectro mortuário.

No judaísmo, a shivá impõe o confinamento caseiro pós-óbito de sete dias pelos familiares do falecido; no islamismo, proíbe-se a cremação do corpo; no Brasil, a tradição cristã instituiu o Dia de Finados em dois de novembro, herdado de um hábito europeu da Idade Média; nos Estados Unidos, o Halloween teve origem no paganismo celta, quando se acreditava que no dia 31 de outubro os mortos visitavam os vivos. Assim multiplicam-se celebrações por muitos consideradas excêntricas, porém perfeitamente inclusivas em suas comunidades.
Entretanto é no México, e nos cultos africanos, que mais se observam costumes singulares. No Día de los Muertos, impera uma festa repleta de alegria, simbolismos e cores para os mexicanos, de 31 de outubro a dois de novembro. Eles acreditam que nesses dias os mortos têm permissão divina para visitar parentes e amigos vivos, devendo ser recepcionados com suas comidas preferidas, roupas pintadas de esqueletos, velas, flores e incensos, máscaras de caveiras ou fantasias de morte.
Já na maioria dos cultos de origem africana, destacam-se o canto instrumental de músicas vibrantes nos féretros aos locais de sepultamento. Entre o final do Sec XIX e os anos iniciais do Sec XX, New Orleans tornou-se referência nesses tipos de desfiles, consagrando como trompetista o jovem Louis Armstrong, futuro Rei do Jazz, e When the Saints Go Marching In, canção definitivamente popularizada por Satchmo em gravação de 1938.
Ciente desses pormenores, creio que na sexta-feira Todos-os-Santos marcharam no CMPV, soando em surdina as trombetas celestiais anunciando o ingresso nos Céus dos nossos irmãos Seixas Marques, Lobo e de todos os demais que partiram deste mundo.
A eles, preitos de saudade e sentidas homenagens da Turma72.
Nilo, Cav, 1039 /72.
Rio de Janeiro, 02 de outubro de 2021.