ETERNIDADE MORAL RENUNCIOU À PRESIDÊNCIA!

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  Vazada assim sem explicações, esta manchete provocaria estranheza. Mas se nem tudo que reluz é ouro e nem tudo que se escreve deve ser lido apressado, vale a chamada - política e etimologicamente falando.  

   Depois de anos sentado na cadeira presidencial, o líder cocalero pretendia eternizar-se no poder, amparado em comprovada fraude eleitoral capaz de fazê-lo renunciar para refugiar-se no México, onde encara fortes protestos.    

   Transparecia no ex-presidente submissão ao étimo do seu próprio nome. Evo significa eternidade, talvez daí a sua obsessão pelo poder, ao que o sobrenome Morales pespegou-lhe a certeza de reencarnar divindade andina ancestral.          

   Inspirei-me no exemplo boliviano observando a celebração do amigo oculto da Tu / RJ estender-se, sexta-feira, em acontecimentos insólitos. 

   Tendo comparecido na Vila Militar para a passagem de comando do magnífico 15º RCMec, desloquei-me de lá por volta das 13:30h, enfrentando trânsito congestionado e, muito pior, insistentes ligações do Sr C Machado ameaçando excluir-me da comemoração. Sem condições de responder às invectivas do companheiro agressivo, eu me concentrava na superação de desafios em que cada bairro transposto, cada rua espelhada no retrovisor, cada semáforo ultrapassado, representavam objetivos secundários rumo à conquista do O1 Praia Vermelha.  

   Dentro do Círculo, de longe algazarra ecoava em cenário de cabeças alvirrubras enfeitadas de Papai Noel, levando-me a suspeitar da sanidade mental de companheiros, tipo Mr Snake agigantado na ausência do Barão Vo-ador para atribuir aos MMM presentes a aura de bons velhinhos, ho-ho-ho. Triunfara o mico colossal? Cadê a autoridade do Guardião? Escafedera-se? Inacreditável!    

   Porém, ao adentrar o salão principal estanquei perante nítida imagem redentora: numa linha de mesas anterior à de 72 espalhavam-se os tais chapeuzinhos pompons coloridos, modelitos de animado grupo feminino de meia para idade avançada responsável por tremenda balbúrdia. Perto dele, os rapazes 3M mais pareciam seminaristas devotos em antessala de confessionário. Respirei, aliviado.   

    15:00h fora e a galera, ensandecida pelo refrão – ARÁ...ARÁ...ARÁ...ARÁ...ARÁ -, de pronto submeteu-me ao bulliyng de reconhecer confrade há muito distanciado da Pioneira, arrefecido porque logo identifiquei o Navarro, não sem antes simular leve embaraço para delírio da plateia ululante. Ô raça! 

   Jogando livre de marcação, Dom Ofídio Voador - valei-nos, São Miguel Arcanjo! – comprazia-se na modalidade ice friendly, ou lançamento de gelo nos amigos, dando origem ao movimento #volta depressa, Arataca!#    

   A porca torceria o rabo no amigo oculto propriamente dito. Egos e alteregos zoológicos em profusão sinalizavam indícios sugestivos: Zega, Patinho, Boitatá, Galinha, Cobra, Lobo, Cordeiro, Cordeirinho e Piranha, respeitável fauna. Escalado para dar início aos trabalhos, ele, sempre ele, o incrível Snakeface, confundiu Zega com Galinha, fazendo do honorável Castro receptor indevido do mimoseio destinado ao Sr Mello G. Tiro n`água, deveriam ter devolvido com juros e correção ao meu curatelado – onde estás, O Kristoschek? – as saraivadas de gelo empedrado que ele arremessou nos parceiros.

   Data vênia, os demais MMM circunstantes – efetivos e honorários - Bonato, Arruda, Paulinho, Ângelo, Volotão, Frisch, Dal Bello, Frazão e Aramis Cav / 71, além deste escriba, respaldaram o prosseguimento da confraternização, adiante valorizada pelo afetuoso comparecimento do Léo, filho do Boca, inesquecível Cad 472 /72 Ismael.           

   Na alegre reencontro, reservou-se lembrança ao saudoso Pimpim em exemplar do livro A Escola de Educação Física do Exército – Legado ao Esporte Nacional, 1933-2018, dedicado à Turma72 pelo autor, Ten Cel Art Soeiro, sobrinho dele e atual diretor do Instituto de Pesquisa e Capacitação Física do Exército (IPCFEx).   

   Seria imperdoável não evocar a publicação do excelente livreto sobre o  cinquentenário da Incomparável Confraria, iniciativa louvável do duo Arakaki - Bonato, competente ao extremo. A eles, os nossos agradecimentos, parcialmente materializados na entrega do mencionado livro do Soeiro ao ilustre calção-preto Bonato. Aguardamos o Ará de verdade, para homenageá-lo sem corinho sagaz.

    Para não dizerem que não falei de flores, reafirma a MMM ser, dia após dia, Turma Evo agraciada pelos deuses, assim como os vinhos de safras selecionadas - quanto mais velhos, melhores.

   Somos todos 72!!!      

Rio, 08 de dezembro de 2019.

Nilobá III, presente!