A irmandade e o Zé da Bicicleta
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- 03 Nov
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“Louvado seja Deus que nos deu a memória
Esse divino dom de recordar
Perpetrando, destarte, a vida transitória
Não deixando de vez o passado passar” .
(Bastos Tigre)
A irmandade e o Zé da Bicicleta
1º Bloco
Por óbvio, a irmandade contempla a querida Turma Marechal Mascarenhas de Morais!! Mas, neste texto, vou me reportar a uma parcela dos irmãos com os quais compartilhei momentos únicos e/ou pitorescos, ainda vivos na memória, pedindo desculpas por possíveis esquecimentos e/ou equívocos próprios de nossa atual consciência situacional.
Sobre tais momentos, uns dirão que foram “coincidências” e outros, como eu, diriam que “nada é por acaso"!
Após a conclusão do CPEAEX em 1998, Eu, Breide e Ivan Cosme fomos classificados no EME e, finda a minha trajetória profissional em 2004 como coronel na ativa, permaneci dois anos “designado para o serviço ativo” e, desde 2007, sou contratado como PTTC, para cuidar de planejamento estratégico e doutrina militar terrestre, em especial, de apoio logístico.
Nesse tempo, principalmente com o Arakaki, testemunhamos o processo de transformação e a evolução do EB, no que foi possível, assim como em épocas distintas os singulares Moreira (Inf), Mário (Int), Salvany e Cezar que juntaram-se a nós, cada qual a seu modo, enriquecendo esse processo no convívio profissional e pessoal.
Dessa labuta, destaco sem falsa modéstia a nossa contribuição derradeira ao Exército, no aperfeiçoamento da sistemática de planejamento estratégico e na evolução doutrinária da Força Terrestre. No meu caso específico, na relatoria de diversos temas relacionados à gestão estratégica, criação, organização e transformação de estruturas logísticas, como foi a fusão dos, então, DMB com o DGS, criando-se o D Log, e a transformação do D Log em COLOG; a implantação do 9º Gpt Log, em Campo Grande-MS, e do 3º Gpt Log, em Porto Alegre-RS, potencializando a logística operacional, felizes por contar com o interesse dos comandos envolvidos nessas ações, especialmente, não por acaso, tendo o Bonato enquanto Subcomandante Logístico, e Ferreira e o Bolivar, então comandantes respectivamente do CMO e do CMS.
Paralelamente, muitos fatos inusitados e/ou curiosos ocorreram, dos quais destaco o primeiro voo com um membro da irmandade, em Luziânia-GO, onde fica o Aeroclube de Brasília, no caso o Fernandes (BC), não por acaso, meu primeiro “de rancho”, na AMAN! Depois voamos com o Theóphilo e o Nestor (Cav). Agradeço aos amigos pela confiança no meu taco, até certo ponto, especialmente ao Theóphilo, que, como piloto que é, suportou algumas acrobacias e me fez abortar um “parafuso” que iniciara...
Também, relembro o veleiro “Asa Branca”, capitaneado pelo mesmo Theóphilo, tendo como grumetes Eu, Virgílio, Nestor.., numa regata de 24 horas no Lago Paranoá e numa regata da Escola Naval, na Baía de Guanabara, ambas repletas de percalços prontamente suplantados pelos destemidos marinheiros...
Mas, em 2003, concluí a primeira prova de triatlo e, a partir daí, venho me dedicando com prioridade a esse esporte, participando de competições no Brasil e no exterior. Desse tempo, relembro o Archias, enquanto Chefe da CDMB, me homenageando com um agasalho desportivo daquela comissão, e do Breide, como “calção preto”, que passou a me treinar e principalmente dirigiu-se de forma espontânea à FHE/POUPEX, viabilizando o patrocínio às competições, notadamente as internacionais, bem como a aquisição de uma bicicleta especial de triatlo, de fibra de carbono, de última geração...
Hoje, a melhor expressão do que seja a irmandade, do meu ponto de vista, reside na presença à mesa da turma, para o almoço no QGEx, cada um a seu tempo, do Simões Junior, Chibinski, Bandeira Sette, Cezar, Arakaki, Vieira (Brasinha), Brito (VB)…
2º Bloco
Em 1998, estávamos no CPEAEX como “estagiários” e, por incrível que parecesse, prevalecia, nos coronéis, o espírito jovial dos cadetes estagiários de montanha, patrulha, fuga e evasão: Bolivar, Macedo, Florêncio, Silva e Luna, Mota, Braga, Ribeiro Souto, Armando, Peres, Cláudio, Prisco, Alcântara, Menin, Nestor, Hennemann, Morata, Raphael, Bernardes, Breide, Ivan Cosme, Leri, Facioli...! Bernardes continuava sendo o “Bactéria”; Ivan Cosme, o “Coquinho”; Armando, o “Doente” e aí vai. Foi um curso intenso em todos os sentidos, repleto de “causos”, me vindo à cabeça o “Cabeça”/Nestor, como proeiro de “Laser”, após uma confraternização no Forte do Imbuí, retornando à vela até o Forte São João, cruzando a boca da Baía de Guanabara ao anoitecer, com trânsito de petroleiros!!
3º Bloco
Embora o comando do 15º B Log para o biênio 1995/96 estivesse na minha 4ª prioridade, decorrido pouco tempo na OM, constatei que deveria tê-la colocado, desde o início, em 1º lugar. Como se não bastasse a bela Cascavel-PR e o ambiente salutar e profissional da 15ª Bda Inf Mec, tive a honra de ter como subcomandante o irmão matbeliano Ailto, a quem agradeço pela lealdade etc, no cumprimento da missão, que incluía a de “guia” à testa da unidade, às 2ª feiras, por ocasião da intitulada “Corrida da Ressaca”, com todo o efetivo pronto! Sendo o mais “experiente”, constituiu-sei um exemplo insofismável.
Outra curiosidade foi constatar que o belo e então novíssimo quartel do 15º B Log fora construído sob a batuta do matbeliano Tarnowski, como engenheiro residente. Somem-se a essas “coincidências”, a presença do Paulo Carvalho no comando do 30º BI Mec (Apucarana-PR) e Ch EM da Bda em 1996; a atuação do vizinho Timóteo, no comando do 33º BI Mec; do Ângelo, no comando do 34º BI Mec (Foz do Iguaçú-PR) e do Braga Junior, Ajudante-Geral da Bda, ou seja, uma verdadeira “conspiração” pelo sucesso de nossos comandos, talvez os melhores pedaços de nossas vidas profissionais.
No início do comando, em virtude de duas graves hérnias de disco na coluna cervical, vinha realizando o desestimulante TAF alternativo, substituindo a corrida pela natação! Eis que, o irmão Timóteo, me receitou uma série de exercícios de alongamento matinais ao acordar, ainda deitado, além de corridas leves na grama... Foi tiro e queda! Nada de cirurgia de alto risco! Fiquei curado! Muito obrigado Timóteo!
4º Bloco
De 1992 a 1994, servimos na ECEME, numa convivência ímpar, Navarro, Cezar, Bolivar, Timóteo, Fayad, Archias, Hélio Cossa,,, Daquele tempo, o parceiro Bolivar ainda reclama do fato de eu ter me apropriado do "legado" de nosso antecessor Facioli, deixando o "rebutalho" da dupla prá ele!! Só rindo!!
5º Bloco
De 1985 a 1991, foram tantas estórias que dariam um filme, com personagens como o Silveira (Eng), então Instrutor-Chefe do C Eng; Ivaldo/Nóbrega (Fuzileiro), Fiscal Administrativo; Ubirajara, Tesoureiro; Jessé, Chefe da Div Ens; Araki, Ajudante Geral, e Eu, Instrutor-Chefe do C Mat Bel, potencializando a irmandade, no CPOR/R (Recife-PE); com o Vaz, Neves Franco, Caon, Sodré, Morata, Vasco, Carlos Moura e mais outros 16 integrantes da Tu MMM, como alunos da ECEME, assim como, no Cmdo 7ª RM/7ª DE, em Recife-PE, após a ECEME, com o Silveira (Com), como E-2, o Macedo, E-3, e Eu, Chefe da SSMR/7.
Desse tempo, entre velejadas, voos e outras traquinagens, lembro de uma viagem com o Theóphilo, no início de 1989, de Fortaleza para o Rio de Janeiro, a bordo do Fiat 147, operacional até hoje!! Na primeira pernada, não encontramos vaga para dormir no HT, em Petrolina-PE. Atravessamos o São Francisco e fomos pernoitar num motel, com cama redonda e espelho no teto, em Juazeiro-BA!! Na terceira pernada, dormimos em Macaé-RJ, recebidos que fomos pelo irmão Roulen, que comandava a Bia A Cos. Só tínhamos uma fita “cassette” a bordo, e, de tanto ouví-la, o Theóphilo, que, mal e porcamente conseguia cantar a Canção da Artilharia, chegou ao Rio entoando: Não se admire se um dia! Um beija-flor invadir! A porta da sua casa! Te der um beijo e partir....
6º Bloco
Do período de 1980 a 84, rememoro primeiramente o tempo de EsMB, hoje EsSLog, Rio de Janeiro-RJ, como Cmt da Cia Al, ao lado do grande Ivan (Piranha), então Cmt da CCSv, e o esforço conjunto no sentido de melhor formar e especializar os militares a nós confiados, ao tempo em que, com o Alves Filho (Com), também Instrutor, despertamos para as corridas de longa distância, ao completarmos, talvez, a primeira maratona (42 km) organizada no Brasil, em 1980, com o apoio da EsEFEx, tendo o Schwalb, então Instrutor, como ícone desse apoio.
Rememoro a Casa do Capitão, em 1982, tendo como companheiros de curso o Machado, Barbosa, Honório, Ramacciotti, Sérgio e Bohlen, além dos irmãos das demais Armas. Foi um ano decisivo para a carreira, ao garantir, com a graça de Deus e a torcida dos amigos e familiares, o acesso futuro à ECEME, sem concurso.
Dessa época, enquanto alunos da EsAO, lembro de um salto de paraquedas que fizemos em Jacarepaguá, Eu, Theóphilo, Rocha (Eng)...
Finda a EsAO, fomos servir, Eu e Morais (Int), no 17º B Log L (Mth), lá encontrando o irmão matbeliano Aguinaldo, Paulo ou Nascimento, a escolher. No primeiro momento, nos deparamos com o "triângulo amoroso": quem ocuparia as duas vagas de major, então existentes? Dada à classificação na AMAN, eu era mais antigo que o Paulo; este, por ser “preposo”, era mais antigo que o Morais, que por sua vez era mais antigo que Eu, por ter mais idade,,,
No mais, engrandecidos com as presenças do Haroldo (Inf), no 10º BIL (Mth) e do Ivan, no 4º GAC L (Mth), vivemos harmoniosamente a “mineirice” de Juiz de Fora, com direito a grandes momentos na operosa 4ª Bda Inf L (Mth), onde realizamos os estágios de “Escalador Militar” e de “Guia de Cordada”.
Também, do período, lembro que o Airton (Arataquinha) me cedeu um paraquedas e me incluiu num manifesto de voo, para um salto de Bandeirante da FAB, na Barra da Tijuca! Coisa que só se faria para um irmão!!
7º Bloco
Promovido a Capitão e recém-casado, fui movimentado para o 14º B Log (Recife-PE), único do nordeste, onde me apresentei em outubro de 1978, sendo designado para o comando da Cia Mnt.
Doutrinariamente, tal B Log fora dimensionado para o apoio logístico à 10ª Bda Inf Mtz. Mas, a realidade impunha que esse apoio se estendesse às OM orgânicas do CMNE, da então 7ª RM/7ª DE, e, também, da 7ª Bda Inf Mtz!! Óbvio que o apoio seria muito difícil, ademais com as carências de pessoal e de material existentes.
Mas, a partir de 1979, com o concurso dos irmãos Macedo, no comando da CCSv, e Bismark, na Cia Int, “carregamos o piano”, assumindo a coordenação e execução das ações prioritárias da OM, principalmente por ocasião do Exércício de Quadros (reconhecimento e planejamento do apoio logístico) à manobra da 10ª Bda Inf Mtz, no ano seguinte, na emblemática Região do Seridó-RN.
Curiosamente, durante o exercício, em 13 Nov 1979, nascia meu primeiro filho, José Neto, em Fortaleza-CE, antes do prazo que previra. Muito feliz, fui cumprimentado pelos companheiros e, não por acaso, pelo Gen Manoel Theóphilo, então, Cmt da 10ª Bda Inf Mtz, ao tempo em que me liberou da exercício e determinou que um “L-42 Regente” da ELO, que apoiava o exercício, me transportasse até Mossoró-RN, onde seria reabastecido, para que lá apanhasse um ônibus para Fortaleza. A irmandade agindo...
8º Bloco
De 1975 a 1978, relembro o retorno à terra natal, ao ser nomeado, ainda 2º Ten, para o comando do 10º Pel Ap MB (Fortaleza-CE), única vaga privativa de tenente QMB da RM! Aos 24 anos, à frente de 46 homens, alguns deles com idade de ser meu pai, com a responsabilidade de realizar a inspeção, manutenção de 3º escalão e o suprimento de peças e conjuntos de reparação, de todas as viaturas, armamentos e instrumentos óticos da RM! Foi uma experiência incrível, que, por si só, daria um livro...
Desse tempo, recordo a convivência fraterna com os irmãos: Newton, Assis, Studart, Sampaio, Marinho, Ubiratan, Massia ..., enquanto integrantes do 23º BC, 10ª Cia Gd, CMF e órgãos de inteligência da RM, além do Ramacciotti, nomeado que foi para o comando do, então, recém-criado 10º Pel Rem, Maranguape-CE, compondo a dupla de matbelianos, na 10ª RM.
Dessa época, relembro a repercussão, na sociedade local, da firme posição assumida pelo então 1º Ten Ramacciotti, numa Sessão da Câmara Municipal de Maranguape, em defesa da Revolução Democrática de 31 de março de 1964.
Já Paraquedista Desportivo, fui relacionado junto com o Simões Junior (Xerife do turno) e o Rubem (Bichão), para o 78/1-Curso Básico de Paraquedismo, tendo o Manel como orientador pessoal, uma vez que servia no 8º GAC Pqdt. Lá fomos recebidos pelo Zani Maia, Omar, Cid (Tiziu), Oliveira, Airton..., enfim, todos “tropa amiga”! Mas, ao final da 1ª etapa, não obtive sucesso na prova de flexão na barra, ironicamente, por conta de uma aterragem violenta, no Campeonato Norte e Nordeste de Paraquedismo, ocorrido um mês antes, quando tive o ombro direito luxado e imobilizado por 21 dias. Fica, acima de tudo, o apoio dos irmãos paraquedistas a essa empreitada.
9º Bloco
Ao sermos declarados Aspirantes-a-Oficial fomos, Derré Torres, Tarnowski e Eu, classificados no BMA, Vila Militar (Rio de Janeiro-RJ).
Por ser uma OM típica de Material Bélico, tivemos a oportunidade de ministrar a Instrução Individual Básica, a Qualificação etc do nosso soldado, além de acompanhar a manutenção do armamento e dos instrumentos de observação, controle e direção de tiro de todo o Exército, além de conduzir o “Tiro Técnico”, após a manutenção, no Campo de Instrução de Gericinó.
Lembro que o serviço de Oficial de Dia, à época, incluía o acompanhamento das refeições e o “banho de sol” a três presos políticos. Nessas ocasiões, como medida preventiva, cobríamos o nome de guerra dos uniformes, preservando a nossa identidade.
“Laranjeiras” que éramos, apresentando o currículo da AMAN, cursamos “Física”, à noite, Eu e Derré Torres. A nós, se juntaram os irmãos Norton e Simões (Cabo Zona), que também serviam na Vila Militar. Os quatro, bacharéis e licenciados em Física, em 1974.
10º Bloco
Tudo é novidade para os candidatos, ao chegarem à AMAN, em 1969.
Os oriundos do CA; dos CM; os cearenses Marinho, Bismark, Luzinar Pimentel, Sampaio, Norões...o maranhense Braga Jr; Os da Prep...Os concursados, os do Aviso...Os da EPCAR...Os R/2, todos, com suas diferenças culturais, raciais, físicas etc, submetidos ao decisivo período de adaptação!
Nessa oportunidade, ainda com o uniforme do CM e indeciso, quanto à permanência no curso, me preocupava, a cada apostilha e/ou peça de uniforme que recebia, devido ao liame que criava. Ao mesmo tempo, para complicar, vinha o Ten Dias e sussurrava: “pede para ir embora, candidato”! “aqui não é seu lugar”...
Ainda desse período, numa das constantes idas ao Bosque, melancolicamente, ou ao Correio Acadêmico, com muitas saudades da família e da terrinha, fui abordado casualmente por um funcionário civil, que transitava de bicicleta e que, possivelmente, impressionado com a minha magreza e fragilidade física, onde, apenas a cabeça do arataca sobressaía, indagou se eu pretendia ser Cadete!? Ao responder positivamente, me advertiu: “você não vai aguentar não”!
Foi uma senha, para que eu mostrasse a mim mesmo, aos instrutores, professores e, especialmente, à irmandade, que aguentaria sim!
E, no início de maio, estávamos em Campos de Membeca, para o primeiro acampamento, quando compartilhei a singular barraca de duas praças, com o meu primeiro "de rancho", o preposo" Fernandes (BC), que, por sinal, nos conhecemos naquele momento...
E assim foi pelos quatro anos…
11º Bloco
Chegamos ao fim do relato e ao nascer da “irmandade”.
A meu ver, de forma emblemática, o início de 1962, com a matrícula de cerca de 120 alunos, na 1ª Série do Curso Ginasial do, então, recém-criado CMF, com a extinção da EPF, marca o limiar dessa comunidade, que, além de incluir o Newton, Assis, Theóphilo, Barbosa, Gil (Inf 73), Studart, Bandeira (Dias Costa) e Eu, contempla muitos ex-alunos que, embora civis, juntam-se a nós e nos apóiam, desde sempre, uma vez que foram tocados pelos valores militares que lhes foram transmitidos àquela época, mantendo-os até hoje com o espírito elevado, no mínimo, patriótico.
Isso de deveu principalmente à qualidade dos professores, instrutores e monitores, a quem fomos confiados, praticamente todos, herdados da tradicional EPF, inclusive no lema: “Para a Frente, Custe o que Custar”.
Dentre esses, um deles, sobretudo pelo exemplo, dedicação integral ao serviço e aos seus alunos, nos tratando com justiça, seriedade e serenidade, se tornou um ícone para todos nós, ou, pelo menos para mim, Aluno nº 138-José Junior: Cap Inf TARCISIO dos Santos Vieira, Comandante da 2ª Companhia de Alunos, a nossa “Impoluta”, cuja personalidade me serviu de farol para o resto da vida.
Nesse tempo, morávamos num bairro afastado e simples, meus pais e seis irmãos, sendo eu o primogênito. Seu José, pretendendo economizar no meu transporte, adquiriu uma bicicleta usada, para mim. No caso, uma “Mercswiss” (1ª bicicleta fabricada inteiramente no Brasil, em 1954), de adulto, de ferro, bastante resistente (muito pesada), que, segundo sua teoria, eu poderia usar pelo resto da vida, economicamente falando!!
Então com 11 anos, sendo o menor aluno do colégio, andava apoiado no “varão”, como chamávamos a barra horizontal do quadro da bicicleta, uma vez que não alcançava o “selim”, embora regulasse para a posição mais baixa!!
O Cap Tarcísio, admirado com a minha “proeza” ou, talvez, como os meus pais, preocupado com a possibilidade de eu perder o equilíbrio e cair, ou ser atropelado, regularmente recomendava quanto aos cuidados ao pedalar, para fazê-lo devagar…
Numa dessas vezes, me intitulou: esse é o “Zé da Bicicleta”!!
Enquanto alunos do CMF, lembro do único dia em que, ao chegarmos ambos de bicicleta ao colégio, pelo portão lateral, a irmandade (Theóphilo e Eu), foi informada de que não haveria aulas: não lembro se, no 31 de março, ou no dia 1º de abril de 1964...