111ª Reunião da Turma MMM72/DF: a solidariedade não tem preço
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- 09 Out
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Para a última sexta-feira do mês, dia 27 de setembro de 2019, a expectativa era de que o comparecimento dos veteranos da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes, para a tradicional reunião mensal, fosse bem abaixo do que normalmente constata-se. Tal estimativa tinha uma forte fundamentação: a realização do Encontro Nacional em João Pessoa. Essa atividade programada anualmente, em local aprazível do território nacional, reúne os veteranos da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes e seus familiares para celebrar a vida, em quatro ou mais dias inesquecíveis.
O Grupo Gestor encarregado do encontro em João Pessoa esmerou-se na elaboração da programação destinada a entreter os veteranos e seus familiares. Até o dia de hoje, as fotos que materializam as atividades, realizadas desde o dia 24 de setembro, demonstram os veteranos felizes, aproveitando os eventos programados e curtindo o encontro anual. É bastante expressiva a participação dos confrades do Distrito Federal nos encontros anuais. Já transcorria alguns minutos após as 12h00min e encontrava-me sozinho na varanda do restaurante “La Cheff”, tendo como companhia as mesas preparadas para a confraternização. Eis que começam a chegar os veteranos que residem em Águas Claras. Senti alívio em saber que a tradição de realizar a confraternização estava mantida, apesar da concorrência com o Encontro Nacional.
Destaco a presença dos seguintes veteranos: Breide, Primo, Valentim, Armando, Pimentel, Virgílio, Wankes, Ribeiro Souto, Baciuk e Celso. O papo transcorria com muita intensidade, abordando variados temas, da política ao futebol, com participação efetiva dos veteranos, facilitada pelo pequeno número presente. Era possível acompanhar os debates de um extremo ao outro do dispositivo das mesas. Eis que, por volta das 13h15min, fomos surpreendidos com a chegada do Fernandes e do Sérgio, que encontravam-se em palestra programada pelo Departamento de Engenharia e Construção, Órgão de Direção Setorial do Comando do Exército, com o qual mantém laços de afinidade profissional. É significativo constatar que os confrades procuram atender compromissos agendados, mas não deixam de cumprimentar os amigos por ocasião da confraternização mensal. Após o momento destinado a realizar a leitura dos aniversariantes do mês de setembro, residentes ou não no Distrito Federal, seguiu-se o canto do parabéns para você. Enquanto o veterano Celso realizava o corte das fatias da consagrada torta de chocolate, que eram repassadas aos presentes, espontaneamente, iniciou-se uma sessão de apresentação de “causos” relacionados ao período de vida na Academia Militar das Agulhas Negras. Como é salutar relembrar momentos de nossa juventude, quando éramos felizes e não sabíamos. A nossa única preocupação era concluir o curso e ser declarado aspirante a oficial. As risadas ecoaram pela varanda, como demonstração de que, apesar dos cabelos brancos, os velhos soldados sabem celebrar a vida e essa é a finalidade para que a confraternização destina-se.
A torta de chocolate é confeccionada por conceituada profissional da gastronomia e a despesa para a sua aquisição é custeada pelos presentes. Como o efetivo foi reduzido nesta reunião, a contribuição voluntária não atingiu o montante que permitisse sanar a despesa com a torta de chocolate e sobrar dinheiro para compor a gorjeta que o garçom, destinado a atender os veteranos, recebe a cada reunião da Tu MMM 72/DF. Esse profissional pertence ao quadro do estabelecimento comercial que apoia o evento. Ele colabora na colocação das mesas e cadeiras que formam o dispositivo para a reunião, providencia a instalação do banner da Turma, bem como organiza o conjunto de cadeiras para a fotografia que materializa o evento, além de ter exclusividade para atender os veteranos. O serviço é de primeira. Normalmente, do montante arrecadado, parcela é para a despesa da torta e o restante destinado ao garçom. Estava eu envolto nos meus pensamentos, procurando decidir se deveria externar a questão ou assumir a despesa, quando um confrade percebeu minha preocupação e, espontaneamente, aumentou a sua contribuição. Outros veteranos, movidos pela solidariedade e preocupados em valorizar o trabalho do garçom, fizeram o mesmo. Foi o suficiente para que o garçom, como em outros encontros, recebendo a tradicional gorjeta, tivesse o seu trabalho recompensado. Não solicitei a ajuda. Foi espontânea, de coração e com o foco em colaborar. Saí do restaurante satisfeito com a atitude daqueles seres humanos que escolheram a mesma profissão que abracei a cerca de cinquenta e tantos anos atrás. Fato como o aqui narrado permite-me afirmar que a solidariedade não tem preço. Fui!