NASCIDO EM 13 DE JULHO

Comente este artigo!

Submit to FacebookSubmit to Google PlusSubmit to TwitterSubmit to LinkedIn

Acontecimentos sombrios tisnavam a paz na Terra aos homens de boa vontade, em 1917. Mortandades nas frentes de combate da 1ª Guerra Mundial, a sangrenta Revolução Russa e a pandemia da gripe espanhola estampavam manchetes sinistras. Tempos merecedores de ostracismo, se não proliferassem indícios triunfais da vida sobre a morte, da esperança sobre o desencanto.

    Assim se registraram a primeira gravação de jazz com a Original Dixieland Jass Band, os nascimentos de Ella Fitzgerald, Dizzy Gillespie, Lena Horne, Henri Salvador, Dean Martin, Dalva de Oliveira e Chacrinha, ases vindouros do entretenimento artístico.

    Perto da então recente e moderna capital mineira de Belo Horizonte,  na residência de Dona Luiza e Seu João Silva, em Lagoa Santa, os dias também seriam mais alegres a partir do nascimento do rebento Nestor, em 13 de julho.  

    Do outro lado do Atlântico, em Fátima, Portugal, milhares de romeiros na mesma data aglomeravam-se na Cova da Iria para venerar a terceira aparição de Nossa Senhora aos chamados três pastorinhos – Francisco, Lúcia e Jacinta.  

     De maio a outubro de 1917, todo dia treze as aparições anunciadas atraíam crescentes multidões ao local, inspirando frenesi religioso que arrastava incalculáveis devotos a catedrais e paróquias mundo afora.

     Da coincidência de datas, predestinação se supõe de bênção mariana ao nascer do menino Nestor, na lagoa santa do belvedere montanhês de lindas igrejas coloniais - o que há mais de século se confirma.    

    Já 1938, tão logo permitido, ele assentou praça no 10º BI, Belo Horizonte, realizando o curso de 3º Sargento. De lá transferido em 1941 ao 11º RI, São João Del Rei, certamente não imaginava os contornos marcantes da sua futura existência.

    Voluntário de primeira hora para o TO europeu tornou-se legenda da Força Expedicionária Brasileira. Com rápidas promoções a 3º e 2º Sargento, comandou dezoito patrulhas nas linhas inimigas e combateu em Galiciano Braga, Monte Castelo, Castelnuovo e Montese, onde foi promovido a 2º Tenente pelo próprio comandante da FEB, Marechal Mascarenhas de Moraes.

    Missão extraordinariamente cumprida na Itália, o reconhecimento unânime de excepcionais virtudes castrenses e a inteligência vivaz habilitaram-no a realizar o Curso de Oficiais da Reserva (COR) que lhe permitiu ascender ao posto de Tenente-Coronel na ativa.        

   De volta ao Brasil, no matrimônio feliz com Dona Niva, esposa e mãe dedicada há quase sete décadas, constituiu bela família hoje formada por cinco filhos – Rita, Márcia, Simone, Cássio e Nestor -, dez netos e sete bisnetos.  

   Tenacidade e coragem, atributos demonstrados desde jovem, impulsionaram-no aos quarenta e sete anos de idade – em 1964 - a ser brevetado paraquedista militar para servir até 1971 no Núcleo da Divisão Aeroterrestre e na Brigada Aeroterrestre da época. 

 
   Cercado pela estima geral ora completa o Tenente-Coronel Nestor  cento e dois anos de vida abençoada.

   Nestas palavras singelas homenageio o ser humano, cidadão e soldado exemplar, valoroso ex-combatente FEB, Eterno Herói 12532, Mestre de Salto 1292 na Colina Longa dos Afonsos.  

   Parabéns, Coronel Nestor da Silva!

   Ótimos saltos, excelentes aterragens!

   Feliz Aniversário!!!      

   Rio de janeiro, 13 de julho, 2019

   Nilo e família, fãs incondicionais do admirável Cel Nestor da Silva.