SAMBA DA PERGUNTA: ONDE ESTÁ O SALVANY?

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“Os infinitamente pequenos são infinitamente orgulhosos”, sentenciou Voltaire numa das suas centenas de frases eternizadas nos tempos. Assim motivado por filosofia ligeira, me ocorreu correlacionar o dito frasear iluminista, acontecimentos recentes e determinados confrades.  

   Arrolados mil legados do Velho Brito, o site MMM é pedra angular. Quando ele partiu, temia-se pela sobrevivência e qualidade do espaço consolidado pela 3M, una e indivisível.

 Superados naturais temores, mídias convergentes coexistem integradas: o zap, em permanente expansão, dedica-se a incessante fluxo interativo, enquanto à página oficial correspondem registros sociais, crônicas e generalidades.

   Nada aparenta mudança no sítio eletrônico. Indaga-se: quem substituiria o VB na missionária cruzada fraternal da Turma? Disseram-me ser o Fernandes, desde já digno de elogio por preservar intacta a configuração virtual da alma mater Irmandade72.    

   Saudade aperta, corro ao www.tummm72.ansag.com.br para (re) ver fotografias, crônicas, chamamentos de aniversários e, infelizmente, obituários pungentes. Da revista informal sobrevêm constatações e dúvidas.

 Reavivemos, comparativamente, o célebre circuito Elizabeth Arden diplomático: Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, São Paulo e Rio, pólos 3M mais concorridos e badalados, permitem observação quase ao vivo e a cores da Fraternidade em ação.

    Neste mês, da crônica do Simões, talentoso retrato da seccional BSB,  do Chibinski, recordações do 9º BECmb, e da ampla cobertura fotográfica, extraí múltiplas percepções, algumas intrigantes.    

    Tonalidades distintas tipificam os encontros. No Sul, participação familiar; em Sampa, fidalguia paulistana; na Capital, formalismo discreto; Fortaleza e Rio, descontração natural.

   Personagens tornaram-se emblemáticos. Imaginem Arataca, Cobra, Patinho, Simões, Baciuk, Virgílio, Morata, Guerreiro, Barroso, Paulo, Flávio, Haroldo, Theophilo, e outros, distantes das suas bases? Fora de cogitação…

     Onipresenças impressionam e espantam. O Cezar, em carne e osso nas libações de Brasília e Fortaleza; os surpreendentes Bonato e Moraes, na senda aeronáutica Rio-Brasília-Rio, enquanto o incrível Frisch materializa milhagem supersônica Santa Felicidade-Leblon em fração de segundos. Ô raça, realismo fantástico é bobagem!

    Turma retada e modesta, fabulava comigo em baianês de Marão. De repente, assalta-me a memória terrível pergunta: onde está o Salvany? Como pude apreciar Fortaleza ilustrada por eminentes confrades – Assis, Alvarenga, Cezar, Haroldo e Theophilo – sem atentar à ausência do meu guru-irmão, inspirador maior dessas literatices?

     Conjecturas invadem-me o pensamento no encalço do eterno Comandante Aço.  

   Remodelaram Onde está Wally? Ressuscitaram stalinistas supressores de imagens? Terá caído em (des) graça nas saturnais do Fortal? Estará em missão sigilosa contra o escatófilo da Virgínia?

  De fracasso em fracasso, sem resposta plausível, desesperançado de montão, reverbero na madrugada como o samba da pergunta:
   - Onde está o Salvany?

Rio, 18 de junho de 2019.

Dom Obá III

Guess stars: Pingarilho & Marcos Vasconcellos (in memoriam).