ESAO - Diário de Bordo!

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DIÁRIO DE BORDO

ENCONTRO SOBRE AS ONDAS

 

 

 

 

 

 

Domingo, 22 de janeiro

  • Dia D para os embarcados em Santos

Dia ensolarado no Rio de Janeiro. São Pedro está do nosso lado.Parte da turma embarca no Porto de Santos.O encontro no CMPV transcorreu dentro das CNTP, estendendo-se da manhã até a noite. Bactéria, elegante tal qual um Santos Dumont, identificou-se militarmente, de acordo com o que havia sido determinado.Constatou-se que a temida conspiração para depor o Exmo. Sr Presidente Pim-Pim não passava de um reles boato. Como ficou mais do que evidente para todos que compareceram ao CMPV, o líder dos cariocas permanece firme como uma rocha no seu posto.A figura de maior destaque no encontro do CMPV foi Sua Excelência, o DeputadoTiririca, que fez questão de recepcionar todos, um a um, com um abraço fraterno.

Os “cariocas” da turma (nativos e adotivos), após muitas discussões, marchas e contramarchas, cálculos complexos e deliberações plenas de sabedoria, resolveram demonstrar sua hospitalidade, alterando a rotina de suas tradicionais reuniões mensais e marcando a reunião de janeiro para este dia. O pessoal de Brasília, Salvador e arredores, que está no Rio para embarcar amanhã, pôde saborear o reencontro com a turma da Cidade Maravilhosa que tão bem nos recepcionou no CMPV. A reunião no CMPV, desta vez, foi muito mais bonita do que de costume. Muitos integrantes da Tu MMM compareceram acompanhados de suas esposas, noivas, namoradas, filhos, filhas, netos, netas e bisnetos. O reforço estético alegrou a todos. Foi uma excelente ocasião para encontros e reencontros. Colegas que há muitos anos não se viam, tiveram oportunidade de rememorar bons tempos de convivência. Havia no ar um saudável clima de expectativa para amanhã, quando iremos zarpar para aquela que, na sabedoria do poeta Florêncio, será a jornada mais feliz de nossas vidas.

 

 

 

Segunda feira, 23 de janeiro

  • Dia D+1 para os embarcados em Santos
  • Dia D para os embarcados no Rio

São Pedro continua de nosso lado. Dia ensolarado no Rio de Janeiro. Mar de almirante.

Desde o início da manhã, movimento intenso no Pier da Praça Mauá. Despacho de bagagens, check-in, mais reencontros, preparativos para o embarque. Permanece o clima de expectativa e euforia. O terminal de passageiros do Pier da Praça Mauá mostrou-se absolutamente inadequado. Sabendo que todos os anos milhares de turistas estrangeiros ali desembarcam para conhecer o Brasil a gente até fica com vergonha. As dependências de embarque e desembarque não oferecem o conforto necessário, principalmente, aos nossos sexagenários. Os funcionários não estão à altura do que se espera de um bom atendimento. A lanchonete é limitada e com poucas opções de lanches. Foi o nosso primeiro teste, antes do embarque. Quem não é do Rio e foi esperto, despachou a bagagem cedo a tratou de aproveitar para fazer turismo no Centro Histórico da Cidade Maravilhosa, enquanto aguardava a hora da partida. O Costa Fortuna zarpa pontualmente às 17h. Vistas fantásticas da Cidade Maravilhosa. Muita gente estava vendo o Rio de Janeiro nessa nova perspectiva, desde o mar, pela primeira vez. Até o famoso “gigante deitado”, de que nos contavam nos bancos escolares, mostrou-se majestoso e... gigantesco (ora bolas).

O mar estava tão tranquilo que muita gente só percebeu que o navio já zarpara quando ele já se fazia ao largo. Primeiros pequenos incidentes. A mala da namorada do Zé Boré não apareceu na cabine. E agora? (a mala só foi aparecer no final da manhã seguinte). Chama atenção a verdadeira Torre de Babel que é a tripulação do Costa Fortuna. Há de tudo, italianos, argentinos, peruanos, filipinos, indianos, indonésios, colombianos... há até brasileiros. Gabriel, filho adolescente do Gilson, durante o jantar, perguntou ao garçom onde era a DISCOTECA. Alan, o garçom indiano, não se fez de rogado: prontamente serviu-lhe uma BISTECA. Noite de reconhecimento. O navio é imenso. Um verdadeiro resort flutuante. Muitos bares, restaurantes, pizzaria, cassino, piano-bar, teatro, capela, academia, sauna, salão de beleza, free-shop e muitos eteceteras. Ao longo da noite, é impressionante a quantidade de plataformas de petróleo que são avistadas ao longo do percurso navegado.

Terça feira, 24 de janeiro

  • Dia D+2 para os embarcados em Santos
  • Dia D+1 para os embarcados no Rio

São Pedro continua nos prestigiando. Dia belíssimo muito sol, mar tranquilo, tranquilo. Já no café da manhã, novos reencontros.No final da manhã, uma primeira reunião “de coordenação” da turma. Na reunião ficaram esclarecidos alguns mistérios. Até esse momento, ninguém sabia ao certo se Roxo e Patinho realmente estavam ou não a bordo. Patinho tentou explicar o mistério segundo os cânones científicos da Física Quântica, mas ninguém entendeu nada. Grata surpresa para muitos foi reencontrar o colega Vargas. Alguns até mesmo nem o conheciam. Vargas foi da turma nos dois primeiros anos da EsPCEx. Em fevereiro de 1969 deu uma passadinha rápida pela AMAN e foi seguir carreira acadêmica no Sul. O sósia do comandante do Titanic foi um dos convidados que gerou curiosidade. Nosso colega o industrial Paulo Sérgio nos reservou agradável, gentil e apreciadíssima surpresa. Brindou todos os participantes do Encontro Sobre as Ondas com um filtro solar produzido por suas empresas. Reserva especial, produzido especialmente para o evento, com embalagem comemorativa e tudo. Reencontros e atos gentis como esses fazem valer mais ainda a pena o Encontro Sobre as Ondas. A distribuição do filtro solar ofertado pelo Paulo Sérgio proporcionou episódios no mínimo pitorescos. Alguns passageiros do cruzeiro, ao verem aquela farta distribuição de filtros solares, “pensaram” que era brinde da Costa Cruzeiros (é ruim, heim?...) e foram, lépidos e fagueiros, pegar os “seus”. Silvano viu-se em palpos de aranha na distribuição. Correm boatos, até agora não confirmados, de que alguns desavisados da turma confundiram o filtro solar ofertado pelo Paulo Sérgio com pastas de dente. Será verdade? A confirmar Nosso grupo é mesmo representativo. Tem gente de Porto Alegre e de Manaus e, naturalmente, de diversos outras localidades situadas entre essas duas. Até Jaboticabal (SP) mandou ilustres representantes. Aproveitando o dia maravilhoso, a maior parte da turma passou o dia inteiro na área da piscina, curtindo um verdadeiro dolce far niente. Às 18h30minh um momento de reflexão, elevação e, principalmente, gratidão. No Salão Da Vinci, foi celebrada a Missa em Ação de Graças pelo nosso Encontro Sobre as Ondas, a Jornada Mais Feliz de Nossas Vidas. Na missa, tivemos a oportunidade de também celebrar o aniversário do casamento de um querido colega. O “noivo” ficou tão emocionado que cometeu um pequeno lapso de apenas dez anos ao anunciar o tempo de casado. Certamente, seu casamento é tão feliz que ele nem percebeu o tempo passar. O Amor É Lindo. O capelão do navio, embora vinculado ao clero italiano e ordenado na Itália, é brasileiro. Mais especificamente, gaúcho de Passo Fundo. É noite, começa a chover. A turma também estava enriquecida com os convidados. Parentes, amigos, até mesmo colegas de caserna, oficiais R/2 que serviram com integrantes da turma.

Quarta feira, 25 de janeiro

  • Dia D+3 para os embarcados em Santos
  • Dia D+2 para os embarcados no Rio

Opa. Hoje São Pedro tratou de mandar um lembrete para os mais distraídos. Resolveu relembrar que estamos no mar. Ao largo da Costa Gaúcha e da Costa Uruguaia geralmente o mar não costuma estar prá peixe. Sempre ouvimos dizer. Hoje estamos comprovando. Apesar da inclemência do tempo, os valorosos integrantes da Tu MMM não se furtaram às suas obrigações. Comparecimento de (quase) 100% na reunião matinal “de coordenação”. Na reunião dissiparam-se algumas dúvidas. Parece que realmente Patinho está a bordo. E Roxo também.  Mas tem gente que, embora não confesse abertamente, ainda está em dúvida. Coisas da física quântica. Na reunião, pelas mãos do jovem Gabriel (o mesmo que fora servido com uma bisteca quando queria saber onde era a discoteca), foi indicado o destino do encontro da Tu MMM em 2013, escolhido em nossa página na Internet www.tummm72.com.br. Relembrando. O Encontro Sobre as Ondas, embora efetivado em 2012, é o encontro referente a 2011. O encontro de 2012 será destinado às comemorações dos 40 anos da Declaração de Aspirantes, em Resende no próximo mês de dezembro. Por isso o destino votado refere-se ao encontro de 2013. Natal, no Rio Grande do Norte foi o destino escolhido. Ao longo do dia o balanço do navio cobrou seu preço. Nem todo mundo teve disposição para participar das atividades de recreação e lazer. Houve quem não saísse da cabine o dia inteiro. O Costa Fortuna é um transatlântico de última geração, de dimensões imensas. É dotado da tecnologia mais avançada, com estabilizadores e compensadores que minimizam enormemente o balanço do mar. Mesmo assim, a quarta feira foi literalmente “agitada”. Nesses momentos, é impossível não pensar nos pioneiros navegadores lusitanos que se aventuraram por mares nunca dantes navegados, tripulando naus que eram verdadeiras casquinhas de noz.
Até a metade do dia, a criançada é que curtiu. Com o balanço do navio, a piscina transformou-se numa praia, com ondas cada vez maiores. Dava gosto ver a gurizada se deleitando.  Mas a brincadeira não pôde durar o dia todo. Em certo momento, a agitação do mar atingiu um nível tal que a tripulação interditou a piscina.

À noite, com o ingresso do navio na canaleta de navegação do Rio da Prata, as coisas se acalmaram. Nos bares do navio, como desde a primeira noite, muito tango e muita milonga. No teatro, um novo show a cada noite.

Quinta feira, 26 de janeiro

  • Dia D+4 para os embarcados em Santos
  • Dia D+3 para os embarcados no Rio

São Pedro ficou satisfeito com o lembrete da véspera. Desembarque na mágica Buenos Aires, com o céu mais azul do mundo. O porto de Buenos Aires não possui cais específico para passageiros. O navio ficou ancorado numa ruidosa área de movimentação de cargas, com containers e pontes rolantes para todo o lado. Por ser área de movimentação de cargas, é proibida a circulação de pessoas. Todo o deslocamento entre o navio e o terminal de passageiros é feito por um eficiente serviço permanente de ônibus. O terminal de passageiros, embora aparentemente um pouco mais novo do que o do Rio, também não é lá essas coisas. Só a fila para as operações de câmbio já era de assustar. Mas ali era só o desembarque. A mágica Buenos Aires nos esperava. Agradável surpresa foi a presença no porto do Adido do Exército junto à Embaixada do Brasil, Coronel Aguiar, elegantemente enfatiotado. Sabendo da presença de militares na Terra do Tango (fora informado previamente pelo Grupo Gestor), teve esse gesto de atenção e gentileza. Florêncio agradeceu em nome da turma. A turma se mandou para Buenos Aires. Parecia um bando de meninos. O pessoal estava mais feliz que pinto no lixo. Porto Madero, Galeria Pacífico, Caminito, Boca, Palermo, Recoleta, Calle Florida, Teatro Colón.... A turma se espalhou. Vez por outra um pequeno grupo encontrava outro. Belos passeios, gastronomia maravilhosa, compras... Ah, Buenos Aires. Parilla al carbón, foi o prato preferido. Veio a noite. A grande noite, esperada por todos. E lá se foi a Tu MMM com todos seus convidados para o grande show Tango Porteño. No deslocamento, a volta do espírito de colegas de escola quando se encontram. Até rivalidades entre os ônibus surgiu. Havia só alegria no ar. O local do show, por si só, já valia a noite. Trata-se de uma belíssima casa de espetáculos, ao lado do Teatro Colón. No local, na era de ouro do cinema, era o Cinema Metro de Buenos Aires. Foi reformada e adaptada para a nova destinação, mas conservou o glamour e o charme dos belos tempos. Foi servido um jantar saborosíssimo, com vinho de excelente qualidade. E tudo em abundância. Serviço atencioso, competente e gentil. E veio o show. Tango Porteño. O que dizer? Quem devemos parabenizar? O coreógrafo? Os músicos e seu maestro? Os dançarinos? Os cantores? O cenógrafo? O diretor? O roteirista? A proposta do show é ousada. Coreografia e arranjos de vanguarda, sem ferir as suscetibilidades dos tangófilos tradicionais. Difícil equilíbrio. Impossível, diriam alguns. Pois é. Mas conseguiram. A tradicional história do tango, o repertório clássico, com arranjos modernizados, mas sem exagero. Coreografias bem humoradas e criativas, mas sem perder a essência do tango. Mas para que tudo possa dar certo, a execução deve estar a cargo de gente muito competente e talentosa. E foi exatamente o que se viu... e se ouviu. Coreografias criativas? Sim. Mas bailarinos de primeira. Arranjos ousados? Sem dúvida. Mas com uma orquestra “típica” integrada somente por músicos excepcionais. O jogo de cena, com iluminação, cenários, mudanças de palco praticáveis e projeções simultâneas de vídeos compuseram a moldura que um espetáculo dessa qualidade merecia. A homenagem a Astor Piazzolla no final foi de arrepiar. Destaque-se o senso de dever do Brito. Apesar de estar com o neto adoentado na cabine, julgou ser de sua responsabilidade a condução da turma ao show (que já conhecia). E lá se foi para cumprir sua missão.

Sexta feira, 27 de janeiro

  • Dia D+5 para os embarcados em Santos
  • Dia D+4 para os embarcados no Rio

São Pedro fez as pazes conosco. Dia ensolarado na capital portenha. Mais Buenos Aires. Após o (como sempre) lauto café da manhã, lá se joga a turma de novo para os charmosos bulevares portenhos. Museus, compras, gastronomia de primeira, gente gentil e hospitaleira (desfazendo o estereótipo que muitos ainda temos dos “hermanos”). Fim de tarde. Hora de retornar a bordo. Trouxemos todos em Buenos Aires um delicioso sabor de “quero mais”. A bordo, uma nova leva de turistas argentinos, embarcados nesta tarde. O Costa Fortuna zarpa do porto de Buenos Aires e retoma as tranquilas águas dentro da canaleta do Rio da Prata. Punta del Este é nosso próximo destino. À noite, tranquilidade entre os brasileiros a bordo. Bares e salões um pouco mais vazios. A impressão é de que muita energia foi gasta nos dois dias em Buenos Aires. Os mais agitados são os argentinos recém-embarcados.

Sábado, 28 de janeiro

  • Dia D+6 para os embarcados em Santos
  • Dia D+5 para os embarcados no Rio

Amanhece com um sol esplendoroso. Punta del Este desponta no horizonte. O navio fica ancorado ao lado da Ilha dos Lobos. Para ir a terra é necessário realizar uma curta viagem de lancha de cerca de trinta minutos. As lanchas atracam no porto de Punta del Este. O porto é apinhado de embarcações de recreio. Veleiros charmosos, lanchas potentes, iates luxuosos. Um pouquinho da Côte d’Azur em pleno Cone Sul. Até mesmo o Mercado de Peixes do porto é charmoso. É fácil entender o encanto que todos têm por Punta del Este. A cidade é mesmo bonita e acolhedora. Uma ponta projetada mar adentro. A rua principal segue a cumeeira de um pequeno espigão, com mar pelos dois lados. Na ponta, o indefectível farol e a bela igreja de Nossa Senhora das Candeias. A turma se espalha pela cidade. Alguns preferiram a excursão a Montevidéu. As lojas ficam apinhadas. Até mesmo quem não é muito chegado a compras em viagens não consegue resistir. Os artigos são bons, os preços altamente convidativos e a proverbial hospitalidade e cortesia uruguaias encantam a todos. Gastronomia praiana de primeira. No final da tarde o Costa Fortuna zarpa em direção ao Brasil.

Domingo, 29 de janeiro

  • Dia D+7 para os embarcados em Santos
  • Dia D+6 para os embarcados no Rio

Dia ensolarado. Mar pouco agitado. Mais uma vez a criançada se delicia com a pequena agitação do mar. A piscina do Costa Fortuna se transforma numa mini praia, com verdadeiras ondas. Após três dias em terra, é retomada a rotina da realização da reunião de coordenação. Sempre a expectativa sobre a presença do Roxo. E do Patinho. Mas... estão mesmo a bordo? Algo estranho acontece. Já passava de hora marcada para a reunião e o Facioli, sempre pontual, não chegara. Apesar do inusitado, a reunião começou mesmo assim. O que teria acontecido com nosso Xerife? Eis que o mistério se esclarece. De repente, a reunião é interrompida pela chegada triunfal de um eufórico Facioli, envergando a jaqueta corintiana. Não estava no início da reunião porque ficara na cabine assistindo à final da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Chegou anunciando: Coringão campeão! E ainda deu detalhes da partida. Parabenizado por todos, exceto pelos paulistas não corintianos que, não entendemos por que, fizeram cara de muxoxo.Boa parte da turma passa o dia nas imediações da piscina, lagarteando e jogando conversa fora (oh, vida dura). À noite, o navio executa uma parada técnica para os procedimentos de imigração e alfândega para entrada no Brasil. Sobre essa parada técnica, uma coincidência digna de nota. A parada técnica é ao largo do Porto de Imbituba, em Santa Catarina. A coincidência é que Imbituba já se chamou Henrique Lage. Sendo o nosso Encontro Sobre as Ondas uma confraternização de antigos companheiros da AMAN, vale o registro. Henrique Lage, que foi proprietário da Companhia Costeira de Navegação (empresa em que cadetes ganhavam passagens gratuitas nas férias) foi o grande responsável e muito batalhou pela construção do porto de Imbituba, chegando a viver algum tempo na localidade. Ao longo da noite e madrugada, navegação a 12 milhas náuticas da costa.

Segunda feira, 30 de janeiro

  • Dia D+8 para os embarcados em Santos
  • Dia D+7 para os embarcados no Rio

Tudo bem com São Pedro. Amanhecemos ancorados na belíssima enseada de Portobelo. Nem todo mundo desembarca. Há quem prefira permanecer a bordo. Portobelo faz jus ao nome. O navio fica ancorado ao largo. Mais uma vez o desembarque é efetuado por meio das lanchas. Chegando à praia, chama a atenção uma “escuna pirata” destinada a passeios para a criançada. Crianças de todas as idades. O píer de desembarque é numa bonita e tranquila praia. Logo em frente, num bem organizado posto de informações turísticas, ficamos sabendo que Portobelo é a “Capital Catarinense dos Transatlânticos”. É sempre bom pisar de novo em solo brasileiro. Alguns ficam ali por Portobelo mesmo. Outros aproveitam passeios a outros balneários próximos, Bombas, Bombinhas, Itapema, Camboriú. Há quem tenha agendado reencontro com amigos que hoje moram na região. Essas viagens proporcionam coisas assim. Flávio nos apresentou um amigo que foi soldado sob seu comando. No retorno ao navio, nem todos voltaram embarcados nas lanchas fechadas do Costa Fortuna. Houve quem teve a sorte de ser embarcado numa das escunas do balneário de Portobelo.  Embora de curta duração, o passeio de escuna foi animado e divertido. Quando o Costa Fortuna começa a se mover, é “cercado” por aquela escuna pirata que avistáramos no desembarque. O Capitão Gancho (ou sei lá quem fosse o comandante bucaneiro) dirige palavras ao Costa Fortuna, conclamando os passageiros a realizar um motim e destituir o comandante. Diz falar em nome do comandante Schettinne (aquele do Costa Concordia). Até tiro de bacamarte saiu. No início da noite um momento muito especial. A turma toda, incluindo os convidados, se reúne no teatro para as fotos. Na ocasião, a turma prestou uma merecidíssima homenagem ao General Moraes, único instrutor da turma na AMAN que participa do Encontro Sobre as Ondas. A homenagem foi bem simples, mas plena de beleza, emoção e significado. O General Facioli, integrante mais antigo do Encontro foi o portador da homenagem. Com todo o respeito que o General Moraes possa merecer – e certamente merece – na verdade quem estava sendo homenageado era o Capitão Moraes. Mais especificamente, o Capitão Moraeszinho. Até a conquista da Taça Sampaio pela 3ª Companhia em 1969 foi relembrada. Momentos como esse fazem valer a pena todo o cruzeiro. À noite, confraternização da turma no Piano Bar. Mais um dia ensolarado. Última reunião de coordenação. Desfazem-se as dúvidas sobre as presenças de Patinho e Roxo. Já há um certo clima de nostalgia no ar. O pessoal de São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul desembarcará amanhã em Santos. À noite, depois do jantar, a turma toda se reúne no bar do terceiro piso, a pretexto de despedida dos companheiros que desembarcarão em Santos. Fomos brindados até mesmo com uma canja da Sueli (Figueiredo) com sua bela voz. A jornada mais feliz das nossas vidas já começa a deixar saudade.

Terça feira, 31 de janeiro

  • Dia D+9 para os embarcados em Santos.
  • Dia D+8 para os embarcados no Rio

Mais um dia ensolarado. Desembarque de parte da turma em Santos. O terminal de passageiros de Santos, à primeira vista, parece ser melhor do que o de Buenos Aires e o do Rio. Somente o serviço de táxi é que deixa (só) um pouco a desejar. Sexagenários um tanto cansados, boa parte da turma permanece a bordo. Mas Santos reserva interessantes passeios. O Museu do Café, o Centro Histórico (com excelentes cafés e restaurantes), o Estádio da Vila Belmiro e o Memorial do Santos, praias, passeio de bonde, o funicular do Mont Serrat, são alguns bons exemplos. O Costa Fortuna zarpou às 18h00min. Na saída da Baía de Santos, algo impressionante e até mesmo emocionante. Ao longo da avenida que margeia a baía, as pessoas saúdam o navio. Gritos, buzinas, Bandeiras Nacionais agitadas. Foi realmente surpreendente. Saindo da baía, um triste retrato de um dos fatores do famigerado custo Brasil. Dezenas de navios ancorados ao largo aguardando vaga para atracar no porto de Santos. É o apagão da infraestrutura.
Última noite a bordo.

Quarta-feira, 01 de fevereiro

  • Dia D+9  para os embarcados no Rio

O dia amanhece ensolarado. Alguns decidem madrugar para apreciar as belas paisagens do ingresso na Baía da Guanabara ao alvorecer. O Rio de Janeiro continua lindo. E visto desse ângulo parece mais lindo ainda. Desembarque no porto do Rio. De volta ao caos.

Autor: Eduardo Bohrer{jcomments on}