A CORTE, O BALNEÁRIO E O CHUCHU
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- Criado: Segunda, 31 Agosto 2015 08:52
- Última Atualização: Quinta, 21 Abril 2016 14:09
- 31 Ago
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Diferentes, quase antagônicos, são os estilos de trajar da Turma nas reuniões de Brasília e do Rio. Aqui, descontraídos em roupagens tropicais, lá, desfilando vestimentas circunspectas. Intrigado, aventei hipóteses para o curioso fenômeno comportamental que já aportou no zapzap.
Certa vez, o meu estimado irmão cósmico Damerran Salvany alcunhou de eternos vira-latas putanheiros os integrantes NB da MMM/RJ, em tom distanciado de censura na plena identificação arquetípica com os alegres confrades do PMPV – Portal Mágico da Praia Vermelha. Pensei: a seccional carioca estaria dominada por antigos bad boys incorrigíveis, de vestes associadas a contumazes impedidos nas Alas? Pus-me a observá-los, constatando serem hoje trabalhadores respeitáveis.
Pimpim, o aristocrata presidente, bate ponto diário no Chico, boteco tijucano onde tem mesa cativa, com chopp 0800 se o Fra ganhar do Gigante, acontecimento raro em 2015; Arataca, o primeiro-ministro Barão, depois de revolucionar a Supervia empresaria paraquedistas tresloucados; Dom Peres Cobra labuta no éter, nas tribunas e no Peró, que ninguém é de ferro; Dr Lobo Moneró pega pesado na “dressage” matinal, no escritório e na desesperança vascaína; Motinha, Piranha e Nonato são Sísifos ressuscitados na saga ecêmica, assim espocando exemplos de abnegação laboral a desmentir aparências vidinhas fáceis dos garotos RJ.
Da Capital Federal, mais ilustrações acorrem para confirmar o lado animado da rapaziada sem desprezo ao batente. O estudo balançava diante das estreitas semelhanças entre os grupos distintos, fragilizadas decerto se variáveis intervenientes ou fortuitas aflorassem, esclarecendo os questionamentos levantados.
O que faria a diferença, afinal? A Arma? É... recordei, nunca percebi o Breide, o Baciuk ou o Nestor de terno nas tertúlias, os artilheiros Cezar e Virgílio estão sempre impecáveis no passeio completo como o infante Simões Júnior, enquanto os demais rotineiramente envergam elegantes camisas sociais. Seria o clima do Cerrado? A proximidade do Poder? Exigência do Clube do Exército? Desigualdades financeiras? Quase a surtar diante de elementos de manobra mais intrincados que VC de Ex Cmp, fugi do teclado para o manancial de ideias do zapzap, e ali constatei chamamento do Sr B. Jacaré a este africanista simplório.
Acompanho, há dias, interessante fórum comunitário sobre as propriedades existenciais do chuchu, xuxu para os íntimos. Prós e contra congestionaram a rede em debates forrados de opiniões testicocéfalas, puritanas, metafísicas, light libertinas, oportunistas, psicossociais e científicas, alimentando painel digno da excelsa representatividade Pioneira. Aprendi bastante, tendo encaminhado registros à apreciação da FAO.
Esta tarde, no rescaldo do apaixonante tema, Mr Bonner, emérito levantador, colocou a redonda na medida para este antigo gazeteiro do CPM – Curso de Psicotécnica Militar do CEP – cravar na linha dos três metros, ao requerer-lhe parecer. Emboscado, estava a revirar alfarrábios empoeirados no resgate frenético de teorias para responder ao filho da querida Dona Carmem e cunhado do Cabeça. Já folheando a Teoria dos Sonhos, estranho alerta intestino me reconduziu ao uótisape, evitando mico sem tamanho ao deparar-me com magnífica análise.
Nada mais havia a dizer, lidas as sábias palavras do Sr W Pedreira. Recolhida a desfolhada Teoria ao fundo da estante, refletia com meus botões desanimados. De repente, o insight redentor: o Pedreira, Mr Bonner, os confrades da Corte e os do Balneário teriam ingerido porções peculiares do badalado legume para tipificar-lhes as condutas?
Mais que a mandioca presidencial, o chuchu pode elevar Pindorama ao MB das nações, concluí entusiasmado. A herbácea verde cultivada sob o sol inclemente do Planalto, diferente da litorânea do balneário decadente, certamente explica os vestuários dos confrades daqui e de acolá, entre outros mistérios.
Desolado mas esperançoso, arquivei Freud, Piaget e Lacan para buscar no Aurélio lenitivo derradeiro ao desafio lançado por Dom Marcos DBAS. Vejam o que descobri:
Chuchu (do francês antilhano chou-chou). S.m. 1. Bot. Trepadeira cucurbitácea, (Sechlum edule), etc e tal. Parei estarrecido, sem atentar para o prosseguimento das definições. Eu, hein? Tudo a ver, Mr Bonner?
Rio de Janeiro, 29 de agosto de 2015.
Dom Obá III, adepto da horta caseira.
Por delegação: Cad Cav 1039, Nilo.{jcomments on}