Onde está o Poeta Coquinho....?

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“Nada é tão desesperador que não haja motivo para a esperança”

Nicolau Maquiavel


  Com elegância, clareza e concisão cartesianas o Velho Brito demonstrou entender do riscado. Ao analisar Xô, Facebook! - croniqueta deste cabo das baias - pespegou-lhe justas ponderações e a arremessou ao mar revolto do próprio Facebook, no intuito de avolumar a corrente do amplo e contraditório direito opinativo. Transcorrido intervalo razoável, nas pegadas de silêncio sepulcral na web72, presumivelmente correspondido na afamada rede social, arrisco adicionar algumas percepções pessoais a este projeto de conferência que ainda não decolou do quase monólogo.     

   Antecipando a pecha de retrógrado, ou gagá, recorro a antigo bordão: posso explicar? As conquistas tecnológicas obviamente são irreversíveis, assim como são coerentes considerações a fruição saudável desses avanços. A pólvora, o avião e o automóvel, invenções revolucionárias, também potencializam mortes e poluição ambiental. Sexo, comida e atividade física, viscerais à qualidade de vida, comprometem-na se exacerbados. A Internet, complexa gama de possibilidades ofertada em escala planetária merece atenção peculiar, sobremodo diante da modelação comportamental que pode causar. Daí as tais redes sociais representarem a porta de casa entreaberta, armadilha edulcorada por mentes sagazes para bilhões de seres crédulos escancararem intimidades, vaidades e tibiezas, num exibicionismo incentivador ao voyeurismo público sequioso para descortinar privacidades.    

   Dona Dilma e Frau Merkel não me deixam mentir. Manchetes têm satanizado os Estados Unidos  por suposta espionagem da  primeira-ministra alemã, enquanto a nossa prezada mandatária chia do monitoramento invasivo de seus e-mail por Mr Obama. Acho que a essa altura do campeonato Dom Barack deveria atenuar a fúria caseira da patroa Michelle pela heterodoxia político-extraconjugal dele, em detrimento de respostas às invectivas raivosas da insinuante dobradinha teuto-tupiniquim. No entanto, muito além de preocupado, ando pasmo por motivos diversos da espionagem eletrônica americana, com o sumiço virtual de caros confrades da egrégia Irmandade da Praia Vermelha e Círculo Militar (IPVCM).   

   Exaspera-me o esmaecimento das teses polêmicas do Dr Lobo Moneró, futuro ministro do STF pelo regime de cotas, seja lá qual for. Fã declarado do badalado bacharel insular, distanciam-se seus reptos jurídico-processuais, provocando neste energúmeno a nostalgia de épocas festivas.  Na mesma senda proeminente de jurisconsultos consagrados da IPVCM paira estranho ostracismo sobre o brother Saint Clair, Dom Peres Cobra, Herr Wollotein e o caudilho indomável dos pampas, Dr Boita Barcellos. Onde estarão? Nos tribunais, nas esquinas flanando entre os meliantes black blocs, nos quintais de suas mansões exclusivistas ou pastoreando ímpios e infiéis?

   Sobre Dom Bac do Flu prefiro acatar a síndrome de Greta Garbo que o persegue desde idos bíblicos, hoje manifesta em isolamento extremado. Suspeito agora habitar ignota galáxia, talvez planície lunar, onde o Flunimed, o nobre perissodáctilo ungulado e a gloriosa Cavalaria, três de suas paixões eternas ainda não conseguiram colocar os pés... ou as patas...     

   Sem desmerecer os demais irmãos, o foco dos meus tormentos nesta quadra da existência tem nome, endereço, CPF e heterônimo digno do genial poeta Pessoa. Superando Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro ou Bernardo Soares, pontificava nas Arcádias aclamado popstar, legendário ressoando: Coco!!! Coquinho!!! Ivanzinho!!! Akva Toscum!!! -  este lavrado por Damerran Smith, o Sábio -. Fato intrigante é que abdicando da lida poética o inigualável bardo do Esquadrão rendeu-se aos modismos, metamorfoseado em mero repassador de mensagens virtuais. Já entristecido, o auge da decepção consolidou-se há dias quando acessei o seguinte e-mail do velho confrade: - “Reunião dos Gays Curados” -. Surtei, logo sendo arrastado em vistosa camisa de força à hospedagem compulsória no PNP/HCE, do qual ora retorno ao Alto Babilônia apó s alentadas sessões de eletrochoques naquele aprazível Pavilhão. 

    Entendo o retraimento dos doutos juristas, derivado de estratégia profissional ou acúmulo de trabalho... vá lá... Bac do Flu, vaidoso sem igual, dia desses reaparecerá nos braços da galera tricolor, se o Flunimed escapar da Segundona. Quem viver verá. À exceção do Poeta das Arcádias, imagino-os adotando o low profile atual por razões inconfessáveis desaconselhando exposição midiática neste cipoal de espiões ensandecidos. Quanto à Dom Coquinho, ídolo de gerações literárias, rogo aos céus sobreviver o suficiente para voltar a  curtir o  seu talento multimídia.

   Perseverar é preciso. De Maquiavel ao Xamã da Aldeota-Meireles, de Sun Tzu ao Dr Sig, de Petrarca ao Bruxo do Cosme Velho, e tabelinhas afins, busco romper a crise existencial que me assola. Abro até uma conta no Facebook, se indispensável for para reaver o lirismo arrebatador da pena singular de Dom Akva Toscum, expulsando do meu coração a pergunta que não quer calar – Onde estás, Poeta Coquinho? - .    


Rio, 29 de outubro de 2013

Dom Obá III, nostálgico pelos encantos da Musa das Arcádias.{jcomments on}