BREVE MANIFESTO AO REGENTE

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Este breve manifesto de gratidão, muito além de agradecimentos ou expressões de apreço, simples como as coisas de Soldado, invoca sentimento que as circunstâncias atuais só fazem acentuar pelo distanciamento de emoções outras vivenciadas neste Pátio Tenente Moura há quase quarenta anos, na manhã ensolarada de 16 de dezembro de 1972

Retornar a esta magnífica escola militar, baluarte na formação dos Oficiais do Exército, representa sempre motivo de indizível alegria. Alegria cujos influxos mágicos destas comemorações potencializam efeitos de verdadeiro elixir da juventude, revitalizando em cada integrante da Turma Marechal Mascarenhas de Moraes as esperanças, o orgulho da escolha profissional e o privilégio da afiliação a um grupo sem igual.

Turma onde jovens e entusiasmados sessentões preservam inabalado o hábito salutar de se projetarem de aeronaves em vôo, autênticos poetas do espaço infinito em suas evoluções aéreas; Turma que arregimenta mais de duzentos confrades radicados em diferentes estados brasileiros, acompanhados de familiares e amigos em sua maioria; Turma que excede ao valorizar a coesão e os laços da pura amizade em concorridas reuniões periódicas desde o Oiapoque ao Chuí, na aplicação estrita da máxima genial de um de seus brilhantes pensadores - onde houver ½ cadete de 72, lá estará o espírito imortal da Turma -; Turma que, assim como somente quem foi cadete nesta Casa pode avaliar, no simbolismo do canto da bela e querida Canção da Academia transborda a emotividade reprimida das recordações de toda uma vida.

Vida que é a arte do encontro, eternizou o Poeta, embora ressalvando nela vicejarem tantos desencontros .

Vida agora pulsante no entusiasmo de tantos reencontros, na reaproximação tão ansiosamente desejada de uma legião de companheiros, amigos, irmãos, transportados nas asas da amizade sincera, das lembranças de idos marcantes, de superações e conquistas muitas vezes sofridas. Vieram e ei-los ressurgidos cadetes, nas brincadeiras, nos abraços e nas celebrações conjuntas.

Nos bastidores deste e de reencontros anteriores assomam artífices que os inspiram e facilitam. Ao principal deles, o Coronel Ângelo, destinam-se estas palavras de reconhecimento e gratidão, há muito apropriadas.

Apregoar a abnegação do Ângelo na preservação da nossa memória grupal seria quase redundante, tamanho o reconhecimento firmado desde os primeiros encontros.

De pesquisador diletante, o volume, a qualidade e precisão dos dados coletados o promoveram ao estágio atual de mestre emérito, misto de historiador, memorialista, cronista social, fotógrafo e paleontólogo.

Na organização destes 40 Anos! Presentes!!! era contagiante observá-lo no minucioso resgate de nomes e endereços dos companheiros mais afastados, vibrando intensamente a cada confirmação de comparecimento a esta celebração especial.

Caro Ângelo:

Graças ao seu talento para o reagrupamento afetivo dessa orquestra que prossegue embalada nos acordes da amizade e idealismo de eternos cadetes, a Turma 72, comparo-o a verdadeiro regente de sonhos e emoções.

Devidamente autorizado pelo Presidente da Seção/RJ, o dileto Coronel Souza Pinto, convido o inspirado autor da idéia de homenageá-lo, o Primeiro-Ministro e poeta bissexto Ayrton, a entregar-lhe uma lembrança que materializa a gratidão da gloriosa Turma a você, doravante nomeado Ângelo, o Regente.

AMAN, Resende, 15 de dezembro de 2012.{jcomments on}