O BOITATÁ, O LOBO E O COBRA
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- 09 Abr
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NNa impetuosa correnteza das impetuosas águas de março.
Capaz de gerar largas polêmicas entre fraternos abraços.
Num entardecer, quase noite, irrompeu animado debate.
A confrontar reminiscências, ideias em acordo debalde.
Foi palco a arena do CMPV, nas frisas do velho baluarte.
Onde os cadetes d`antanho ali desfiavam tertúlias e sonhos.
Agora vibrantes confrades, presentes à afamada assembleia.
Manifestavam sentenças ao saboreio de insuspeitada plateia.
Esclareço, longe andava a reunião mensal da Turma Gloriosa.
Da qual muitos se apartado haviam, ditos feitos saborosos.
Causos, passagens, quimeras, impressões, devaneios juvenis.
Na esteira do Boca, que se rotula na Academia do 1° quartil.
Mais cedo assomou impulsivo artilheiro, ousado e inclemente.
Cujas histórias remontaram aos idos extraordinários de 2° Tenente.
Segundo ele ora vigentes, atleta viril do Kama Sutra fiel ativista.
Puro assombro, fez até o Catch Azambuja marcar entrevista.
Longe, entretanto, imprescrutável qual desfechar de novela.
Atrasado surgiria o tema principal, reles marola tornada procela.
Perante arrazoados, vocabulários e pareceres jurídicos.
Que humilharam, massacraram e estressaram ignaros explícitos.
Humildes, frustrados, aquietados, este e demais circunstantes.
Zonzavam, pigmeus em meio a argumentos densos e esfuziantes.
Sofridos, sem captarem o palavrório dos grãos desafiantes.
Pelo qual bacharéis duelavam, num abalroar de gigantes.
Eis que de chofre, no entanto, sobreleva a voz de Mestre Pimpim.
Ordenando o tal bochincho sem fim, prestes a ser pueril folhetim.
Pois nele o Cobra, o Lobo e o Boitatá, em fábula quase surreal.
Após intervenção do maioral, evoluíram da ambiência animal.
Dom Dr Cobra, ao rememorar da barrica rompante menino.
Chope e mais chope, transformou-se em advogado ferino.
De mil estocadas, cutucadas em antigos, mui especiais sujeitos.
E a proclamar as excelências do Estado Democrático de Direito.
Dom Dr Boita, bem aprumado, saltitou no canto oposto do ringue.
Encastelado, desferia petelecos ao usar estilingues.
Torpedos vis, rompendo tímpanos ao redor no fragor da árdua liça.
Onde o gaudério peleava sob a chama da cega justiça.
Dom Dr Lobo, Águia do Moneró, honoris causa da nobre UFC.
Presidia vã celeuma nunca vista e que jamais irá se ver.
Tamanho era o arrebatamento no lusco-fusco do CMPV.
Ruborizando as faces do chefe Pimpim, temente do caos chinfrim.
Vislumbrou-se, então, enviados extraordinários da CIA.
Arapongas atentos, gravando, recarregando tablets em suas baterias.
Para eternizar urros, emoções e feições na louca porfia.
Sobretudo do audaz, tresloucado Às de Santa Maria.
Serenados os titãs, arrefecido o élan, pareciam cessados os arroubos.
Maiúsculo engano, quando acessei as cartas dos leitores de O Globo.
Lá, triunfais, li sábias palavras de certo Itamar, de 72 alcunha Boitatá.
Insofismáveis, no patamar de sagrados guerreiros, gurus e orixás.
Rio, 21 de março de 2012.
Ao Boca e ao Pimpim, com eterna saudade.
