Escuridão
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- 16 Abr
- Escrito por NEISON LOPES DOS SANTOS
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As luzes da academia apagaram,
À noite escurecida
Escureceu ainda mais o meu vazio interior,
Que é escuro,
Que é vazio
E que é interior
Porque é sem ti.
As luzes da Academia apagaram,
A noite de domingo apagou,
Os minutos apagaram...
Eu não apaguei,
Pois já estou apagado sem ti.
O domingo tornou-se ainda menos domingo,
Os minutos mais minutos,
Mais lentos, intermináveis...
As luzes da academia apagaram,
Os vultos disformes tatearam
Buscando um lugar para esperar.
Os meus pensamentos tatearam
Buscando a ti.
Tudo tateou buscando algo.
Os vultos encontraram um lugar,
Os meus pensamentos te encontraram,
Escondida nas lembranças mais lindas.
Com jeito e tato encontra-se tudo,
Só eu não te encontro,
Apenas te imagino perto de mim.
Eu não me encontro,
Apenas sinto minha presença.
As luzes da Academia apagaram,
Por um instante apenas,
Apagaram e ascenderam.
Meu sorriso e meu olhar
Continuaram apagados;
Não ascendem sem ti.
A falta de energia apaga a luz,
A ausência de sonhos apaga o ânimo,
O desprestígio apaga a glória e a fama,
A morte apaga a vida,
O brilho mais intenso paga o menos intenso,
O sol apaga as estrelas,
A noite apaga o sol,
O dia apaga a noite,
A tristeza apaga o sorriso,
O tempo apaga a tristeza,
A eternidade apaga o tempo.
Tudo apaga e é apagado,
Só não se apaga o que não se ascende,
E o que é construído com amor,
Aquilo que nós construímos
(Neison Cad 1000 - AMAN – 1969/1970)
