TAMBEM ESTAREI EM NATAL...

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   Habitualmente os reencontros mensais no CMPV prolongam-se em despedidas infindáveis. Das conversas estendidas entre renitentes participantes, talvez nostálgicos dos agradáveis momentos recém vivenciados, ou inertes ante a inexorável finitude das coisas, a rigor precursores da reunião vindoura, sempre resulta apreciável espectro de considerações. Delas participei neste mês, privilegiado pelas interlocuções luxuosas do eminente Dr Boita Barcellos e do ilustre Falador Ismael Bocão.

Sob a luz das estrelas e a bruma noturna da Praia Vermelha o bicho pegou durante mais de uma hora. Em plena praça, de pé, o arrebatamento dos confrades dominava a cena, quase provocando ativação de entusiasta plateia atraída pelos gestos, a ênfase discursiva e, por que não dizer, a inusitada visão de sexagenários circunspectos apenas na aparência, a discorrerem descontraídos sobre temas essencialmente metafísicos, num sugestivo cardápio filosófico - a adequada expressão de sentimentos, razão vs emoção, o medo da morte e questionamentos afins.  Tive a impressão de perceber nos passantes alunos da ECEME e do IME, supostos cartesianos de carteirinha e crachá a nos imaginar três patetas perdidos nas cercanias do Círculo. E assim transitavam anônimos no sereno da escuridão primaveril. 

Dr Boita, escolado tribuno forense, pontificava sob manto de grandiloquência gestual costumeira, mix exacerbado das excelsas virtudes do centauro pampeano que nunca deixou de ser, e do guerreiro sensível, feroz na ação, altruísta na vitória, generoso na defesa dos humildes e desassistidos, sumidade jurídica incensada. Enciclopédico, o afamado catedrático detalhava desde processos heterodoxos da estimulação priápica, segundo ele infalíveis, embora de relance contraproducentes, à importância transcendente da afetividade humana. Envolventes, a cada impulso do animado gaudério antepunha I. Bocão convicções pessoais relevantes ao festim instaurado, apequenando este pigmeu intelectual diante de culturas invulgares. Águia persuasivo, o Mr Piraquê esteve a ponto de vincular-me a suposto “diálogo de pele” com Dom Coquinho. Felizmente atento, reagi escorado nos sagra dos valores da lança em riste perene.       

   Noite avante, intrincados papos-cabeça somados, rumo ao estacionamento o Boca levantou questão embaraçosa, permitindo-me extrair incômodo fardo da consciência. Num rasgo de sincera ainda que extemporânea preocupação, o inesquecível Cad 472 aventou a hipótese de daqui a poucos anos decair o efetivo das reuniões, motivada por matrícula compulsória de confrades na turma do andar de cima existencial. Confesso ter baqueado, amigo leitor, só recobrando os sentidos ao pressentir os intermitentes ecos longínquos de irretocável sentença do velho Itamar T, justamente aquela do – enquanto e onde houver um cadete de 72, lá sobreviverá o espírito da Turma -. Grande Boita... sussurrei agradecido...  

   Enredado nas perspectivas sombriamente incontornáveis da percepção ismaelina, a frase lapidar do sábio gauchesco desanuviou persistente culpa a me atormentar por não comparecer de corpo presente às celebrações programadas, agravada à medida que os preparativos avançam. Sim, porque lá estarei em espírito...

   Tem sido comovente acompanhar o empenho, o carinho e a competência do Grupo Gestor. Capitaneado pelo cavalheirismo do Mourão a FT, forte em Engenharia, marcha célere para o aproveitamento de êxito estrondoso. Acabo de constatar no site da TuMMM  avizinhar-se o mapa da força de duzentas pessoas, das quais cerca de cem da Divina Turma. Trata-se de marca expressiva da forte adesão em diferentes segmentos territoriais da Nação72, simbolizada na participação bissexta do Duque Pimpim, raramente disposto a ausentar-se de seus domínios feudais na Paula Sousa.

   Mesmo restringindo-se a imagens virtuais, não tem preço rever o Régis, mais carismático Cad 976 da história da AMAN, os simpáticos engenheiros Souza e Silveira, o atleta infante Sidinei, além do gentleman Mourão. Assim como o meu irmão Salvany se fez ativo em Resende nos Quarenta Anos!Presente! –conduzido nas ondas cósmico-afetivo-comunitárias da Turma - rogo semelhante desfrute de cada minuto em Natal, nos passeios de buggy, nos sightseeing, na curtição de paradisíacas praias potiguares e, acima de tudo nos reencontros festivos da grei MMM. Sem esquecer o Wellington, o Velho Zuza do glorioso Esquadrão.

   Apropriando-me da feliz assertiva do Boita, comparecerei espiritualmente às celebrações natalenses. Exijo inclusão no rol de presenças, pois já estou a voar nas asas da imaginação ilimitada, ao encontro fraterno de jovens senhores mantenedores do alto brilho da amizade juvenil sempiterna. 

    Fui...



Rio de Janeiro, 15 de novembro de 2013

Cad Cav 1039, Nilo, da ponte Botafogo-Ponta Negra.{jcomments on}