A BÚSSOLA E AS COMEMORAÇÕES DOS 40 ANOS DE AMAN.

Comente este artigo!

Submit to FacebookSubmit to Google PlusSubmit to TwitterSubmit to LinkedIn

alt


        A reportagem do programa “Globo Repórter” de ontem, dia 06 de julho de 2012, foi direcionada a saúde do cidadão. Tratou da importância de determinados alimentos no cardápio daquele que, no globalizado mundo atual, prima pelo politicamente correto e deseja contribuir para que o cidadão explore toda a potencialidade existente nos frutos, verduras, legumes e plantas da terra. Terminado o programa, eu e Clara decidimos que iniciaríamos o dia seguinte adquirindo determinados alimentos.Já estávamos acostumados à prática de comer castanha do Pará, pistache,tâmaras e nozes, como reforço alimentar com finalidades específicas.É claro que, se é bom para a saúde e o gosto é suportável, tudo bem. O local que adquirimos esses alimentos mencionados é uma banca na “Feira do Paraguai”. Preciso esclarecer aos amigos que não serviram ou conhecem Brasília que essa feira não está situada no país amigo do sul. Trata-se, na verdade, da Feira dos Importados, aprazível lugar para a aquisição de bugigangas e alguns equipamentos de informática de excelente qualidade e preço inferior ao mercado. Ali, é possível esbarrar numa autoridade do governo federal, cruzar com um desembargador, com membros da área de segurança pública federal ou companheiros de farda. Mas, tudo na calma e tranquilidade que somente a capital pode oferecer. É verdade que vez por outra a receita federal realiza algumas operações e derruba meia feira, No dia seguinte, as barracas estão abastecidas de aparelhos e equipamentos que fazem a alegria de pais e filhos, jovens e idosos. Portanto, dúvida sanada a respeito do local, deslocamo-nos para a citada feira. Lá chegando, antes de realizar as compras para colaborar com a boa saúde, acompanho a Clara na busca de determinado enfeite para o nosso lar. Enquanto ela entra na loja, fico observando os transeuntes e constato que os chineses ou coreanos tomaram conta das barracas e do comércio. A transformação é recente e já foi motivo de várias reportagens na mídia de Brasília, De repente, vejo um objeto na bancada da loja de uma chinesa ou coreana. Não posso acreditar que seja uma bússola M1-A1. Olho desconfiado. Procuro aumentar a área de reconhecimento e sentencio: é a própria. Aproximo-me e pergunto o preço do equipamento de orientação rudimentar. A proprietária responde: quinze reais. Não acredito que estou tendo a oportunidade de adquirir uma bússola M1-A1. Penso que pode ser um similar “paraguaio” ou um “made in China”. Decido não comprar. Enquanto isso, o meu pensamento se volta a quarenta e tantos anos atrás. Mais exatamente no ano de 1969. O cadete do 1º Ano do Curso Básico volta a lembrar das jornadas de maneabilidade no Carrapicho e na Pista Rondon. A perda de uma bússola tirou o descanso de vários companheiros. Inicialmente, a busca frenética no sábado e domingo, auxiliado por verdadeiros amigos, a procura de uma agulha no palheiro. Como encontrar uma bússola naquela imensidão de lama e água, era a questão. O esforço, geralmente, não era recompensado. Depois, o temor de uma punição e responder a um IPM por perda de material bélico. Como tenente ou capitão, a pressão continuava. Após um exercício de campo ou manobra, a falta da famosa bússola requeria a instalação de um IPM. Se não era para responder o dito cujo, a missão de encarregado também cobrava a sua parcela de sacrifício. Tudo por causa de uma reles bússola. A existência de um parente ou amigo nas empresas aéreas que se deslocavam para os EUA era comemorado como final de Copa do Mundo. Ele poderia trazer o equipamento e solucionava a questão, muitas das vezes. Quanta angústia e sofrimento por um equipamento que hoje vejo a venda por míseros quinze reais. A missão é comprar as nozes e demais alimentos, portanto, esqueço a bússola e desloco-me para a barraca da saúde e da qualidade de vida. Adquiro os alimentos e tenho a nítida impressão que, com esse gesto, vou salvar o planeta e aumentar meus anos de vida. Saio da feira e o pensamento está na bússola. Na volta para a casa, decido passar na loja que vende material para os militares em Brasília. Tudo legal e de acordo com os regulamentos. Lá, entre outros equipamentos, encontro a bússola. Agora, não tenho dúvidas, esse equipamento é oficial e posso adquirir. Pergunto o preço e a vendedora responde: vinte reais. Vou levar uma bússola. É preciso colocar na página da MMM, na internet, a fotografia da bússola que comprei. Se não, como o meu amigo Rabuske (Cav), lá na sua Santa Rosa/RS, vai acreditar.   Simões Junior{jcomments on}