Os três mosqueteiros, a pandemia e a conquista da Olimpíada na AMAN

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Quando Noel Rosa compôs Feitiço da Vila, um dos seus maiores sucessos, certamente não imaginava que incensada durante décadas no altar supremo do cancioneiro nativo, sua letra seria acusada de racista por revisionistas efêmeros da maré politicamente correta.     

Quem levantou a lebre foi um antigo compositor baiano, exegeta chinfrim, propagador da tese de que "a Vila tem um feitiço sem farofa, sem vela e sem vintém que nos faz bem" e " quem é bacharel não tem medo de bamba", expressariam menosprezo do Poeta da Vila  compositores ligados a cultos africanos - negros e pobres, por extensão. Em meados dos anos 1930, ele manteve acirrada polêmica musical com Wilson Batista, mulato campista, boêmio, cuja baixa escolaridade não o impediu de compor  canções geniais. Feitiço da Vila se insere no corpo dessa contenda, ainda a suscitar interpretações de pesquisadores e estudiosos da época.    

Noel, típico exemplar da classe média carioca, nascido em Vila Isabel, estudou Arquitetura como Tom Jobim, Billy Blanco, Francis Hime e Chico Buarque. Fora de cogitação ter sido racista, suas desigualdades  sociais e econômicas diante da maioria de artistas contemporâneos, geraram percepções injustas do seu legado magnífico.

Teria o Feitiço virado contra o feiticeiro? Aposto que não.

Na reunião desta tarde da Pioneira, vislumbrei quorum maciço de confrades, ávidos por liberdade e manifestações de protesto contra a odiosa pandemia. Próximo de uma e meia, soa mensagem do Guardião: - "a reunião está bombando". Ops - elevaram-se meus batimentos cardíacos -, sem dúvida reverei Patinho Chaves, Fèlix Pqdt, Bactéria Atabaque, Cobra Voador, Melo Galinha, Boitatá, Ivan Piranha, Ivan Terrível, H Cossa, Frisch Soriano, Omar Pai, Dal Bello, Cardosinho, Joe May, Alcântara, Paulinho, Ayrtinho, Motinha, Zega, Ângelo KbçA, Flamas, Wollotein e tantos outros ícones M3 extraviados, tipo Ag Louvera, Gonzaguinha, Guimba e Djalma K? Sem esquecer do Trio JF: Paca, Cappellano e Renatinho Mon Amour. Arrumei-me, apressado,  rumo Praia Vermelha.

Esbaforido, alcanço o ponto de encontro onde apenas Lobão e Arataca, mais tranquilos que água de poço, protegem-se de chuva incipiente  debaixo de gigantesco ombrelone. O que está ou esteve bombando, afinal? Logo notei a artimanha do Guardião para atrair-me ao Círculo.Longe decepcionar-me, porque a conversa transcorria tão viva  que de fato parecia dispor de numerosos convivas.

Aqueles três senhorzinhos, cabeleiras rareando esbranquiçadas, encarnavam o  espírito da Turma espalhado pelo mundo. Donde, enfim, surgira o irrefreável impulso que os transportara até lá? Alumiou-me a mente breve clarão - esta Turma tem um encanto que nenhuma Turma tem. J Fernandes, eminente resenhista, comparou-os a Três Mosqueteiros de bela tez que implodirão o vírus chinês. Data máxima vênia o colorado - pontoneiro - poeta- carioquês, rotulei de outra forma: Mosqueteiros da Turma Encantada.

Tocadas pela graça divina  pessoas e agrupamentos humanos incorporam dons, inextricáveis, que fazem delas especiais. Transcendem a materialidade chã para a imortalidade em plena vida terrena, sendo dignas dos seus bons sortilégios. Aura, sorte, bruxaria,  charme, carisma,  encanto, destino? Acredito num élan propulsor / protetor, fada - madrinha em  caminhos da esperança e do bem-viver.

Como a obra magistral de Noel Rosa, falecido aos 26 anos de idade e para sempre cantado;

Como a Intrépida Turma M3 que, humilde, faz a diferença para orgulho e emoção dos confrades;

Como o já lendário Esquadrão da AMAN vencedor das Olimpíadas Acadêmicas / 2021, sopro de saudade, alegria e celebração aos cavalarianos d´alma de todos os quadrantes da Terra .

Um verdadeiro Esquadrão do Bom Feitiço, fadado à glória e à vitória.

Eu vos saúdo, valorosos irmãos de Arma. Mais que centauros, vocês foram leões.  

Salve a Arma Ligeira!

 CAVALARIA!!!